sábado, 8 de maio de 2010

Geografia

Migrantes seguem novos rumos

Brasil Econômico | Editorial

08/05/10 07:05


A imagem do nordestino brasileiro chegando a uma grande cidade do Sudeste em busca de trabalho em breve fará parte apenas das coleções de fotografias antigas. Reflexo do aquecimento econômico e de uma desenvolvimento mais bem distribuído e mais alastrado para outras regiões, o fluxo de migração no país tomou outros rumos.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseado em dados de 2008, o Norte e o Nordeste foram as regiões que tiveram o maior aumento percentual no número de pessoas que resolveram transferir domicílio no país.

Para dar uma ordem de grandeza: de 2001 a 2008, a migração para o Norte saltou 49%. Para o Nordeste, subiu 24%. Para o Sudeste, antes o grande polo de atração, a alta ficou em apenas 8%.

A mudança do próprio tecido econômico das grandes cidades também tem influência sobre as mudanças de rumo. Como atualmente exigem mão de obra mais qualificada, deixam de ser atraentes para trabalhadores de regiões menos abastadas do país.

Grandes obras de infraestrutura, como as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, ambas em Rondônia, ou as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina, feitas na metade norte do país, também deixam sua marca no fluxo migratório.

O extenso levantamento elaborado pelo repórter Paulo Justus, mostra também que os brasileiros tendem a procurar novas colocações ou no próprio estado de origem ou em sua macrorregião.

E que, como em países mais desenvolvidos, trabalhadores qualificados, mesmo de grandes cidades, também começam a participar do fluxo migratório do país.

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Publicado no jornal Brasil Econômico em 08/05/2010.

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