quarta-feira, 29 de setembro de 2010

1ª Guerra termina em outubro com pagamento alemão


RENATO MARTINS - Agência Estado

A revista semanal alemã Der Spiegel informa que a Alemanha fará em 3 de outubro seu último pagamento das reparações de guerra relativas à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com o pagamento de 56 milhões de euros, o conflito, que deixou 16 milhões de mortos, estará oficialmente encerrado, 92 anos depois. O país comemora no mesmo dia a reunificação alemã.

Segundo a revista, pelo Tratado de Versalhes, imposto pelas potências que venceram o conflito, a Alemanha, declarada a única culpada, deveria pagar como reparações 269 bilhões de marcos de ouro, equivalentes a 96 mil toneladas de ouro. Em 1929, um acordo reduziu essa dívida a 112 bilhões de marcos de ouro. O país emitiu bônus para quitar a dívida em 1924 e em 1930.

A Alemanha suspendeu os pagamentos em 1931, por causa da crise financeira global, e recusou-se a retomá-los em 1933, quando Adolf Hitler chegou ao poder. Em 1953, a Alemanha Ocidental concordou em assumir a dívida e pagou o montante principal nos anos seguintes, mas o acordo permitia que o país adiasse o pagamento dos juros acumulados entre 1945 e 1952 até que estivesse reunificada, o que aconteceria somente em 1990.

Celso Amorim ultrapassa barão de Rio Branco em dias no cargo

Ambos expandiram a representação diplomática no exterior

ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO

Celso Amorim é o ministro das Relações Exteriores que mais dias ocupou o cargo na história do Brasil, ultrapassando nesta semana o barão de Rio Branco, o patrono da diplomacia brasileira.
Em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas, Amorim passou ontem em um dia o barão, que ficou 3.356 dias no cargo.
A superação se constata com a soma dos dias do governo Lula com os períodos como chanceler interino e nomeado por Itamar Franco, de 20 de julho de 1993 até o fim do mandato em 1994.
José Maria da Silva Paranhos, o barão do Rio Branco, foi chanceler de quatro presidentes entre 1902 e 1912.
Na história brasileira, o barão ficou conhecido por ter negociado as fronteiras brasileiras como são hoje.
"É o único caso de um território continental em que as fronteiras foram negociadas sem que houvesse guerra", afirma o historiador João Daniel Lima de Almeida.
A superação do grande ícone da diplomacia brasileira é um tabu que silencia diplomatas. Honrarias, salas e o instituto que forma os diplomatas brasileiros levam o nome do barão.
O próprio Amorim se nega a falar sobre assunto. Sua assessoria respondeu: "Ele disse que admira o barão e portanto não quer "brigar" com o fantasma dele".
Se o atual chanceler é visto por muitos hoje como resistente à política externa americana, o barão é amplamente reconhecido na historiografia diplomática brasileira pelo seu posicionamento pró-Estados Unidos.
A relação com o país que então emergia como uma potência mundial trouxe dividendos para o Brasil, que obteve apoio americano em negociações multilaterais do início do século passado.
Amorim, que foi considerado o melhor chanceler do mundo por David Rothkopf, da publicação "Foreign Policy", é admirado e criticado por ser resistente ao alinhamento aos EUA. Em comum, ambos expandiram significativamente a representação diplomática brasileira no exterior.

FOLHA.com
João Daniel Lima de Almeida compara os legados diplomáticos

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Venezuela

ANÁLISE VENEZUELA

Maioria simples não é sinal direto de vitória

Resultados confirmam tendência de queda na popularidade de Chávez e apontam para situação difícil em 2012

LUIS VICENTE LEÓN
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em um país convencional, a vitória em um pleito legislativo é determinada pela obtenção de uma maioria simples, isto é, mais de 50% dos assentos. No caso venezuelano, não é assim tão simples.
Nos preparativos para essa eleição, a "revolução" redefiniu a lei eleitoral, ampliando as distorções de representação em favor de zonas menos povoadas e alterando os limites dos distritos eleitorais, tomando por base o perfil histórico do voto chavista.
Isso resultou em uma distorção concretizada domingo, quando os partidários de Hugo Chávez conquistaram cerca de 50% dos votos mas ainda assim receberam mais de 60% dos assentos.
Em poucas palavras, Chávez chegou ao pleito conferindo a si mesmo uma vantagem de 30 cadeiras sobre seus adversários, caso o número de votos recebidos pelos dois grupos fosse o mesmo. A pergunta, portanto, passa a ser: ele deve ser considerado vitorioso ao obter uma maioria simples?
Obviamente trata-se de um triunfo que ele pode explorar politicamente -"somos a maioria no Parlamento"-, mas o discurso pós-eleitoral não ostentará mais o esplendor do passado. Talvez por isso o presidente tenha cancelado sua típica comemoração no Balcón del Pueblo, na noite da eleição.
Chávez fez da votação um plebiscito. O desafio que ele propôs: "Conquistar dois terços da Assembleia será a dimensão de nosso triunfo".
Mas a oposição, até agora desprovida de influência, conquistou uma posição relevante ao impedir o governo de obter a maioria qualificada (66%), o que força Chávez a negociar para aprovar leis, governar por decreto ou convocar uma Constituinte.
Portanto, a notícia relevante seria a de que ele manteve a maioria simples ou a de que perdeu seu controle férreo sobre o Legislativo?
O mais importante é que Chávez terminou próximo dos adversários ou derrotado, se computado o voto nacional total (o fato de os resultados totais ainda não terem sido divulgados oficialmente tem importância estratégica). O presidente poderá continuar ignorando essa metade do país?
Parece que não. O resultado serviu para confirmar o que as pesquisas vinham mostrando nos últimos anos: uma séria tendência de queda em sua popularidade, que o conduziu dos 75% de 2004 a 47% hoje. É óbvio que continua sendo um líder forte, o que impressiona depois de 11 anos, mas já não está na sua zona de conforto e parece possível derrotá-lo nas eleições presidenciais de 2012.
O que veremos agora será a segunda rodada dessa disputa: marketing político para vender como sucesso revolucionário a maioria simples, aprovação de leis e poderes especiais que o blindem no futuro (antes que o novo Congresso tome posse em janeiro) e uma reengenharia na estratégia de conexão com o povo. Isso o encaminhará a um dos dois extremos: moderação com aumento de gastos públicos ou radicalização maior da revolução e um conflito previsível com os setores políticos e econômicos cujo poder tentará confiscar.
Mas só saberemos o que virá quando Chávez escolher que caminho lhe convém.


LUIS VICENTE LEÓN é sócio-diretor do instituto Datanálisis

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Publicado no jornal Folha de S. Paulo em 28 de setembro de 2010.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Inglês jurídico


O Curso Diplomacia, com apoio cultural do escritório CVSR Advocacia e Consultoria Empresarial, promove o curso de Inglês Jurídico, que terá uma aula inauguralgratuita dia 13 de setembro e inicia dia 27 de setembro.

O curso visa principalmente dar suporte aos profissionais e estudantes que atuam na área jurídica e empresarial internacional e que precisam estar preparados para ummercado de trabalho globalizado.

As aulas serão às segundas-feiras das 19h às 22h.

Mais informações pelo telefone 51 32075697.


Basileia III

Basileia III eleva ações de bancos

GILBERT KREIJGER E STEVE SLATER REUTERS

AMSTERDÃ - As novas regras de capital dos bancos acordadas pelos reguladores globais levaram algum alívio às instituições financeiras nesta segunda-feira, apesar de um dos arquitetos das medidas dizer que o setor pode ter que levantar centenas de bilhões de euros.

As novas regras, chamadas de Basileia III, pedem que os bancos tenham um capital de alta qualidade totalizando 7 por cento de seus ativos de risco. O novo valor será um aumento ante os atuais 2 por cento, mas está abaixo do número que muitos temiam.

Os bancos da Europa são os que têm maior probabilidade de ver necessidade de levantar recursos, sobretudo na Alemanha, na Espanha e em outros locais fracos.

"Serão centenas de bilhões (de euros)", disse o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) e diretor do Comitê da Basileia de supervisão bancária, Nout Wellink.

"Em parte, eles terão de reter lucros por anos que eles não podem usar para pagar acionistas ou bônus. De outro lado, e isso vai variar de banco para banco, eles terão de obter recursos no mercado de capitais", acrescentou ele ao NOS Radio 1 Journaal.

O índice europeu de ações bancárias subia 1,9 por cento.

Os papéis de bancos na Ásia também tiveram ganhos, incluindo os do Japão, que têm os menores níveis de capital da região. O Mizuho Financial Group avançou 2 por cento e o Mitsubishi UFJ Financial Group, 3 por cento.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Le Monde

Au Pays basque espagnol, une lueur d'espoir

L'ETA a annoncé une trêve dimanche 5 septembre. Une de plus, serait-on tenté de dire, tant l'organisation séparatiste basque a habitué les Espagnols à parsemer son histoire sanglante d'appels à la paix qui tous ont, jusqu'ici, conduit à une impasse politique et au retour des attentats.

Cette fois, pourtant, l'accueil fait au communiqué de l'ETA laisse entrevoir que quelque chose est peut-être en train de changer au sein du monde indépendantiste radical basque.

Le Parti socialiste, au pouvoir en Espagne et dans la région autonome, a jugé "clairement insuffisante"l'annonce, par trois membres cagoulés de l'organisation terroriste, que l'ETA a décidé de ne pas entreprendre d'"actions armées offensives", c'est-à-dire d'attentats. Cette froideur contraste singulièrement avec l'espoir suscité par le précédent "cessez-le-feu", en mars 2006.

Lors de son premier mandat à la tête du gouvernement espagnol, José Luis Rodriguez Zapatero, avait beaucoup misé sur un "processus de paix" au Pays basque, au point de donner son accord à des négociations secrètes avec l'organisation armée alors même que celle-ci ne respectait pas, à l'évidence, sa part du marché et continuait à racketter les entrepreneurs basques pour se financer et à s'approvisionner en armes. L'ETA avait mis fin à cette nouvelle tentative de négociation en faisant exploser une voiture piégée dans un parking de l'aéroport de Madrid, tuant deux immigrés équatoriens. Echaudés, les socialistes demandent désormais à l'ETA une renonciation définitive à la violence avant toute négociation. Or ce n'est pas ce qu'annonce le communiqué de dimanche.

L'autre nouveauté, c'est que l'annonce de l'ETA pourrait aussi avoir été jugée insuffisante par une bonne partie de ceux qui constituent sa mouvance politique. Pendant des décennies, les divers avatars de la "vitrine politique" de l'ETA, jusqu'au parti Batasuna et ses héritiers d'aujourd'hui, ont épousé fidèlement la ligne des "militaires". Mais, depuis le printemps, la "gauche abertzale" ("patriote", en basque), sous l'influence de conseillers sud-africains et nord-irlandais, semble décidée à faire pression sur l'appareil militaire de l'organisation pour le convertir à une "voie politique", qui supposerait l'abandon des armes. La presse a révélé que les dirigeants de l'ex-Batasuna (le parti est interdit depuis 2003) attendaient de l'ETA l'annonce d'une trêve"permanente" et "vérifiable" par une commission internationale. Désireuse de présenter des candidats aux élections municipales de 2011, la mouvance Batasuna veut être à nouveau légalisée. Pour ce faire, elle doit satisfaire une condition sine qua non posée par le gouvernement espagnol : renoncer à la violence. La trêve annoncée par l'ETA n'est ni "permanente" ni "vérifiable". La question aujourd'hui est de savoir si, alors que l'appareil militaire de l'ETA est affaibli comme jamais au cours de son histoire par la coopération policière entre l'Espagne et la France, les tenants d'une voie politique parviendront à s'imposer aux partisans des armes. Ce n'est pas acquis.